segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Comentário Devocional do Livro de Eclesiastes (4.1-16)

Graça, Paz e Alegria!

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Eclesiastes 4.1-16

1 Depois, volvi-me e atentei para todas as opressões que se fazem debaixo do sol; e eis as lágrimas dos oprimidos, e eles não tinham consolador; do lado dos seus opressores havia poder; mas eles não tinham consolador.
2 Pelo que julguei mais felizes os que já morreram, do que os que vivem ainda.
3 E melhor do que uns e outros é aquele que ainda não é, e que não viu as más obras que se fazem debaixo do sol.
4 Também vi eu que todo trabalho e toda destreza em obras provêm da inveja que o homem tem do seu próximo. Também isso é vaidade e desejo vão.
5 O tolo cruza as mãos e come a sua própria carne.
6 Melhor é um punhado com tranquilidade do que ambas as mãos cheias com trabalho e vão desejo.
7 Outra vez me volvi e vi vaidade debaixo do sol.
8 Há um que é só, não tendo parente; não tem filho nem irmão e, contudo, de todo o seu trabalho não há fim, nem os seus olhos se fartam de riquezas. E ele não pergunta: Para quem estou trabalhando e privando do bem a minha alma? Também isso é vaidade e enfadonha ocupação.
9 Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho.
10 Pois se caírem, um levantará o seu companheiro; mas ai do que estiver só, pois, caindo, não haverá outro que o levante.
11 Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará?
12 E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.
13 Melhor é o mancebo pobre e sábio do que o rei velho e insensato, que não se deixa mais admoestar,
14 embora tenha saído do cárcere para reinar, ou tenha nascido pobre no seu próprio reino.
15 Vi a todos os viventes que andavam debaixo do sol e eles estavam com o mancebo, o sucessor, que havia de ficar no lugar do rei.
16 Todo o povo, à testa do qual se achava, era inumerável; contudo, os que lhe sucederam não se regozijarão a respeito dele. Na verdade, também isso é vaidade e desejo vão.

Nesta parte do livro, o autor de Eclesiastes se depara com observações a respeito do trato entre os humanos e a relação da vida com o trabalho.

Primeiro, observa que opressores se apresentam e oprimidos são revelados. Os opressores acham que estão bem, e do ponto de vista da observação humana, podem até parece de fato muito bem, muito melhores que os oprimidos que não conseguem nem mesmo um consolador. Mas a observação do autor do livro é que os mortos são mais felizes que os vivos! Nem mesmo o opressor é visto como melhor do que quem já morreu! Logo, ele não está nada bem, de fato, pois tem a sua expectativa respondida em cima da opressão de outra pessoa. Isso não é bom de fato nem para o opressor, nem para o oprimido, apesar de parecer ser melhor estar na posição do opressor. Mas não é, dependendo do caso, pois o oprimido poderá ter sua recompensa no devido tempo, mesmo que seja para esperar para a eternidade. E o opressor, também terá, caso não se arrependa e mude. Só que o autor do texto se preocupa principalmente com as observações levando em conta a vida, sem pensar em espiritualidade, por isso a conclusão que nem opressor, nem oprimido, ninguém estaria melhor que os que já morreram, que não precisam mais passar por essa relação estranha.

O tolo, espera algo e acaba tendo que comer a própria carne, por não ter nada. Pode ser uma metáfora, claro. Mas ainda assim, não adianta ter muito! É preciso saber viver, como diria uma canção, e apesar do texto olhar para as coisas humanas, a melhor forma de saber viver é conhecendo a vontade do Senhor! Sem isso, para ao menos ter dias de paz e tranquilidade, é melhor ter pouco e ter tranquilidade do que ter muito, fazer muito e não ter objetivo!

O texto segue com observações do autor que passam pelo relacionamento conjugal. Fala de trabalhar sendo só e não produzir para herdeiros, e ainda assim trabalhar muito, como se precisasse de mais e mais, mas sem desfrutar e sem ter para quem deixar o que ganhou! Quando finda o tempo desta vida, essa produção toda perde valor para si e se não tiver quem possa usufruir, valeu de que? O autor entende que se dois caminharem com a mesma vontade e direção, poderão se ajudar em momentos de dificuldade, um apoiando o outro, ajudando a levantar, a defender o ponto de vista dos dois contra outros e coisas do tipo. Assim, a produção nesta vida que resulta do trabalho, sempre será melhor aproveitada se a pessoa dosar o seu tempo de trabalho com o devido lazer e/ou se tiver a quem deixar tais bens.

Por fim, o autor se preocupa com as pessoas que acreditam que já sabem de tudo e não aceitam mais ideias novas ou, ao menos, ter a disposição de procurar entender os pontos de vista das outras pessoas. Não se trata de "certo ou errado", "bom ou ruim", mas de ser capaz de dar ouvidos sempre, permitir que todos possam ter opinião e estar pronto tanto para ouvir, como para avaliar e quem sabe, dependendo do caso, aprender algo novo! A sabedoria que pode vir com a idade precisa estar aliada com o fato de que não somos os únicos que são sábios e podemos aprender até com quem precisa aprender muito sobre outras coisas! Se o mais velho não tiver isso e o mais novo apresentar tal disposição, esse será mais sábio e terá ainda mais companhia para sua jornada!


Dessa forma, precisamos tomar cuidado com a forma que nos relacionamos com as outras pessoas: nada de oprimir, nem de ser oprimido... Nada de ficar sem fazer nada nesta vida, mas não devemos nos preocupar em ter tudo sem a devida tranquilidade, sem a preocupação com a "consciência tranquila"... não é tudo que vale a pena! Procurar ter sua família! Nem todos acabam se casando ou tendo filhos e nem todos os que vivem isso estão melhores que os que não vivem! Mas o texto faz a observação de que o relacionamento conjugal é melhor, tanto para apoio como para ter quem fique com a herança de toda a sua produção de vida. Ser melhor não quer dizer que é o único caminho! Apenas que é melhor... E que estejamos sempre prontos a aprender, uns com os outros, principalmente na busca da vontade do Senhor!

Forte abraço!
Em Cristo,
Ricardo, pastor

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